Sunday, October 2, 2011

Juiz procura assessor

Semana passada tava fazendo um curso de capacitação pra exercer minha nova função. O curso foi ministrado aqui mesmo no além mar. Além de mim, havia uns outros 60 instruendos.

A maior parte da galera é oriunda de assessorias de juiz, os típicos ratos de gabinete, que adoram tornar tudo mais díficil. Inclusive, não sei se já mencionei aqui, mas dentro do grupo "baixarias em direito", os ratos de gabinete são o subgrupo mais desprezível. Imagine, os mais desprezíveis dos desprezíveis seres do universo: esses são os ratos de gabinete (ressalvada uma ou outra exceção, é claro)

Em dado momento do curso, o instrutor estava explicando como as certidões exaradas pelos oficiais de justiça devem ser simples, claras e concisas. "Ela deve conter apenas as informações mais essenciais", o cara falou.

Nisso, uma guria, que até um tempo atrás trabalhava com um juiz, indaga: "Ai, professor. Pode por jurisprudência na certidão?"

Educadamente, o instrutor respondeu que "não" e passou a repetir tudo aquilo que ele já tinha dito, sobre como a certidão deve ser elaborada sem viadagens.

Essa negada é muito burra mesmo, acha que é o máximo só por que já trabalhou com um juiz, mas fica fazendo essas perguntar escrotas. Porra, é óbvio que um oficial de justiça não pode por jurisprudência numa porcaria de certidão. Eu, que sou um merda, mas trabalho há quase 7 anos no judiciário, não consigo pensar em uma única situação na qual um meirinho precise citar jurisprudência numa de suas certidões, a não ser, é claro, que ele queira achar alguma desculpa pra não cumprir o mandado, ou, pior, que ele se ache o portador de todo conhecimento jurídico do universo e não queria cumprir a ordem judicial pois a considera "errada". Bem coisa de rato de gabinete mesmo

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