Tuesday, December 11, 2012

Lá no Rio Grande não é assim

Se tem um povo que gosta de falar, é o gaúcho. Eu, de outra banda, sou tão inapto ao convívio social, que evito a qualquer custo o contato com outras pessoas.

Lá onde eu trabalho, em que pese solo catarinense, 99% da população é composta de sujeitos oriundos do Rio Grande.

Assim, qualquer intimaçãozinha, por mais simples que seja, e que em outras situações demoraria 60 segundos para ser cumprida, na casa de um gaúcho pode se arrastar por horas sem fim; e, muitas vezes, a "conversa" acaba tomando os rumos mais inimagináveis.

Dia desses, lá fora eu citar um gaudério. Normalmente, eu chego na casa da pessoa, toco a campainha, vomito meu discursinho padrão, a pessoa fica indignadazinha, mas acaba assinando a parada e eu me vou. Coisa que, como dito acima, dura só alguns minutos. Mas não na casa de um gaúcho. Primeiro o cara vai te contar toda a história da vida dele até chegar no dia em que os fatos ocorreram, como forma de justificar suas ações. Em seguida, passará a desqualificar o autor do processo, com argumentos do tipo "lá no Rio Grande não é assim, nesta cidade só tem picareta, blablabla". Como sou um cagalhão, normalmente fico ouvido passivamente a toda essa chorumela.

Então, após me identificar e ler os termos do mandado, lá se foi o gaúcho contar toda sua trajetória de vida e maldizer o autor. Contudo, não satisfeito, passou, em seguida, a desqualificar o advogado do autor:

"(...) esse cara aí, gasta todo o dinheiro dele com puta, nada contra, por que eu também gosto duma putinha de vez em quando, até por que, quando o cara chega numa certa idade, só indo na zona mesmo pra comer um negócio melhorzinho, mas esse sujeito ai só pega aquelas puta barriguda, daquelas bem acabadas mesmo (...)"

Enquanto isso, eu pensava para comigo mesmo "Oh, deus, mate-me agora..."

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