Friday, March 25, 2011

fraglementos

- O que são placas tectônicas? - Gatinho Siamês pergunta.

- As placas tectônicas são, placas que ficam ventando, são placas de vento que trazem muitas desgraças para o nosso mundo - um de seus gafanhotos responde.

Acesse o blog oficial do Gatinho Siamês (aka Ted Love) para ler as sofríveis pérolas de seus gafanhotos.

* gafanhotosdogatinhosiames.blogspot.com

Art. 1275, III, do CC

A vida é mesmo cheia de surpresas. Dia desses, no que parecia ser só mais um dia de merda, eu e Wilson estávamos esperado por nossa carona pro trabalho.

Mal sabíamos que o destino tinha nos reservado um belo presente.

Então lá estávamos, esperando e papeando sobre o quão desprezíveis são nossos colegas servidores públicos. Enquanto conversávamos, passo o olho por algo que me chama a atenção e interrompo o papo.

- Que diabos é isso? - pergunto apontando para uma sacola verde, encostada contra uma parede próxima.

- Sei lá, parece que tem umas revistas ali dentro. - Wilson responde.

Wilson parecia estar certo. Realmente havia umas revistas naquela sacola. Resolvi inspecionar mais de perto. Me agachei e, com o dedo indicador em riste, abri um pouco mais a sacola, só o suficiente para ver a capa da primeira revista.

Qual não foi nossa surpresa ao ver que a sacola continha diversas edições diferentes de revistas de mulher pelada. Aquilo era um achado. Um presente da divina providência.

Tiramos as revistas da sacola e as inspecionamos, com fins meramente pedagógicos, numa plataforma próxima, conforme se depreende das imagens abaixo.



Fui obrigado a tirar as fotos, pois se esse relato viesse desacompanhado de um registro fotográfico, com certeza nego ia duvidar da minha palavra.

Mas no fim, a verdadeira dúvida é: como diabos essas revistas foram parar ali? a quem elas pertencem? será que foram abandonadas ou esquecidas?

Ato continuo ao achado, Wilson e eu procedemos a distribuição equânime das revistas entre nós dois para posterior fruição.

Saturday, March 19, 2011

Bazófias de Motocicleta

Naquele meu antigo blog, um dos personagens mais recorrentes era Louco Imóveis.

Os detalhes sobre Louco Imóveis são: é um exímio mestre na arte das gambiarras; faz um capilé como ninguém; despreza as leis e as convenções sociais estabelecidas; representa o movimento vida loK cabuloZa; é um aristocrata gasparense; é juiz de direito ad hoc no Tribunal de Justiça Barriga Verde; já trabalhei com ele na 6ª Vara do Trabalho da Comarca de Witmarsum...

Enfim, montado em sua CG 125, ano 88, Louco Imóveis empreendeu uma longa viagem de 29 dias pela América Latrina, objetivando trazer de países vizinhos mercadorias contrabandeadas e sem o recolhimento do imposto devido.

Segundo relatos oculares, a única bagagem que Louco Imóveis teria levado em sua viagi de 12.707 quilômetros foi um par de Havainas®, que foram delicadamente encaixadas no guidão de sua CGzeira.

No entanto, a versão oficial dessa viagem pode ser encontrada no seguinte link:

http://www.saharamaniacos.com.br/forum/viewtopic.php?f=23&t=8445

Do relato acima linkado, chamo a atenção para o momento em que Louco Imóveis solta a franga e quebra sua câmera digital, simplesmente por que ela não estaria retratando de forma fiel sua beleza singular.

Por fim, é de se exaltar que, como exemplar funcionário público, apesar de ter empreendido uma viagem de 29 dias, em nenhum dia seu ponto deixou de ser batido.

Saturday, March 12, 2011

Ab ovo

Era uma tarde de terça-feira. Eu, por minha vez, estava dando andamento a uma pilha interminável de processos. Infelizmente, para cada pilha que eu dava cabo, outras 3 eram impiedosamente despejadas na minha mesa. Enfim, parecia ser só mais um dia medíocre de trabalho.

Não me lembro exatamente quando, mas em dado momento meu chefe sai da sua sala e sentencia:

- Flores, preciso falar contigo na minha sala.

Ele não parecia putiado nem nada, então, a principio, não me preocupei.

- E ae, é bronca? - perguntei em tom jocoso ao entrar.

Ele não achou engraçado. Me mandou sentar e tirou uma folha impressa duma gaveta. Antes que qualquer palavra fosse dita, pude ver de relance que o conteúdo daquela folha me era absolutamente familiar. Um frio me subiu pela espinha. “Puta-que-o-pariu”, pensei, era a porra dum print-screen do meu antigo blog, mais especificamente de um post onde eu tinha tirado umas fotos de coisas engraçadas em processos judiciais daquele cartório e publicado na porcaria do blog. “Lá se vai meu estágio probatório”, conclui.

- Alguém me ligou hoje reclamando disso aqui – ele disse, quase esfregando a folha na minha cara – o senhor sabe do que se trata?

Eu queria ter dito que “não”, que “não sabia nem tinha nada a ver com aquilo”, mas estava acometido de tamanho pânico, que a única coisa que deve ter saído da minha boca foi um grunhido inteligível.

- E então? - ele tornou a perguntar

- Esse blog não é meu – menti hesitante

- Mas o senhor, obviamente, contribui pra ele, não é verdade?

- É, acho que sim – respondo, enquanto tentava imaginar quem teria sido o filho-da-puta que havia me dedurado

- Eu preciso que tu apague essa merda o mais rápido possível, antes que a juíza fique sabendo, se não a coisa vai ficar feia pro teu lado.

Tomando de pânico, balbuciou algo que deve ter sido um – Ah, ok.

Voltei pra minha mesa. Não fiz mais nada durante o resto do expediente, só pensando nas consequências da merda que eu tinha feito. De todos os blogs do mundo, como foram descobrir logo o meu, e logo aqui nessa merda de cidade? Eu tinha que apagar não só os posts das pérolas processuais, mas toda a porcaria do blog. Eu não poderia continuar escrevendo um monte de merda lá, sabendo que todo mundo do fórum poderia lê-las. O que seria da minha reputação forense, ainda mais considerando que esse bando de debeis-mentais que povoam o judiciário jamais entenderiam meu humor refinado e elegante, nem achariam graça dos meus relatos do Putanheiro-Mor, nem teriam simpatia por minha obsessão por Kid Bengala. Não! Todos me veriam com mais escarnio e desprezo ainda. Eu precisava abandonar aquele blog e criar um novo, um que fosse impossível de ser identificado e relacionado a minha pessoa. Assim eu espero pelo menos.